Para respondermos essa pergunta, primeiro precisamos explicar que existem dois tipos de cirurgias plásticas: a embelezadora e a reparadora.
A embelezadora é aquela voltada para a melhoria de condições que de alguma forma trazem sofrimento psicológico aos pacientes. Com ela obtém-se melhora da aparência, autoestima e, sobretudo, qualidade de vida.
A reparadora tem como objetivo corrigir alterações anatômicas decorrentes de síndromes congênitas, feridas causadas por acidentes traumáticos, queimaduras e reparação de defeitos oriundos, por exemplo, da retirada de tumores malignos.
O que seriam considerados tratamentos estéticos com finalidades de embelezamento?
São procedimentos realizados a pedido do paciente, visando aprimorar sua aparência e aperfeiçoar sua condição física. É importante observar que esses tratamentos não são necessariamente essenciais para a preservação da vida do indivíduo nem para a estabilização de sua saúde.
E o que seriam considerados tratamentos com objetivos reparadores?
Também se inserem na categoria de procedimentos estéticos, mas, diferentemente da embelezadora, as cirurgias reparadoras são prescritas por um profissional médico. Esses procedimentos têm como finalidade corrigir danos causados por tratamentos de saúde anteriores cobertos pelo contrato ou para reparar lesões físicas.
Pontos importantes de diferença entre as duas:
Embelezadora: Escolha do Paciente; Focado no Embelezamento.
Reparadora: Escolha do Médico; Natureza Terapêutica.
Em quais casos o plano de saúde cobre cirurgia plástica?
De acordo com a regulamentação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), os planos de saúde são obrigados a cobrir cirurgias reparadoras. Entre elas estão:
- Reconstrução de mama: Para mulheres que passaram por mastectomia devido ao câncer de mama ou lesões traumáticas.
- Cirurgias bariátricas: Quando a obesidade mórbida do paciente é comprovada.
- Redução de mamas: Nos casos em que o tamanho das mamas afeta negativamente a saúde do paciente, como causar problemas na coluna.
- Tratamento de cicatrizes, queloides e queimaduras: Com o objetivo de reparar as consequências de problemas de saúde que, apesar de terem um aspecto estético, impactam significativamente o bem-estar do indivíduo.
- Blefaroplastia: Recomendada quando a queda das pálpebras representa riscos à visão do paciente.
- Remoção de excesso de pele: Destinada a pacientes que passaram por cirurgia de redução de estômago para tratar obesidade mórbida.
- Próteses, órteses e apêndices relacionadas à cirurgia plástica.
É importante ressaltar que procedimentos com finalidades exclusivamente estéticas, como a colocação de silicone, não são cobertos pelo plano de saúde e devem ser custeados pelo próprio paciente.
Fazendo a solicitação pelo plano de saúde.
Com relação as cirurgias reparadoras, o plano de saúde deve oferecer cobertura total ou parcial dos procedimentos, desde que a adesão seja na modalidade ambulatorial hospitalar garantindo a inclusão de todos os exames e a internação sob a responsabilidade da operadora.
Antes de realizar a cirurgia, é fundamental fazer uma solicitação junto ao plano de saúde. Em situações de emergência, é possível solicitar o reembolso integral ou parcial dos custos após o procedimento.
Outro requisito importante é apresentar um encaminhamento médico que justifique a necessidade da cirurgia reparadora. Se a operadora de plano de saúde discordar do laudo médico apresentado, ela tem o direito de solicitar uma segunda avaliação para verificar as condições médicas do paciente.
Importa destacar que o processo para obtenção de cobertura para cirurgias reparadoras envolve muitas de etapas, incluindo a solicitação prévia, a justificação médica e, se necessário, uma segunda opinião médica para garantir que o procedimento seja realizado de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo plano de saúde.
